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Resident Evil: Revelations 2

Resident Evil: Revelations 2

A Capcom experimentou uma estrutura episódica para Resident Evil, mas será a escolha certa para a série?

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Resident Evil: Revelations 2 é algo como uma experiência para a Capcom. O jogo terá uma estrutura episódica (podem ver preços e datas aqui) e vai dividir o protagonismo entre duas duplas: Claire Redfield e Moira Burton, Barry Burton e Natalia Korda. No passado tivemos a oportunidade de experimentar o jogo, e recentemente voltámos a ter nova sessão com o jogo. Continuamos no entanto com muitas reservas para Resident Evil: Revelations 2.

Este Resident Evil, ao contrário do Remake que foi lançado recentemente, representa a vertente mais moderna e atual da série. A câmara está posicionada atrás do ombro da personagem, existe um foco maior na ação do que no terror ou suspense, e claro, permite uma nova tentativa de colar modos cooperativos à série - neste caso na forma das auxiliares Moira e Natalia.

Existem dois pontos de interesse: os inimigos (na forma dos Afflicted) e a história, baseada numa ilha misteriosa. Parte do argumento também concentra-se na relação de pai e filha entre Barry e Moira Burton, algo que aparentemente foi bastante interessante de explorar pela equipa de produção, segundo confidenciou Michiteru Okabe:

"Divertimo-nos imenso a trabalhar com Dai Sato [argumentista], quando estávamos a criar a personagem de Moira. Um dos elementos que mais aprecio em Moira, é que ela tem um jeito muito peculiar de falar. Desta vez, Dai Sato escreveu o cenário do jogo e depois escreveu o argumento em inglês. Foi a partir daí que adaptámos o diálogo a outros idiomas. Tentámos dar esse toque peculiar a Moira, algo que fosse único para ela, mas que fizesse sentido. E também existe um bom motivo para que ela fale dessa maneira, mas não vou revelar a surpresa."

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O sistema de combate apresenta-se num formato muito semelhante ao que vimos no Revelations original, embora ligeiramente mais 'arcade', o que resulta num estilo de jogo mais semelhante entre a campanha e o modo alternativo Raid. É um pouco mais simples e direto que no antecessor, mas continuam a existir elementos que alguns fãs vão adorar, e outros odiar, como os ataques com a faca ou os golpes de wrestling. Quanto à atmosfera, tenta passar uma ideia de tensão, com ambientes escuros e alguns sustos, mas não chega a atingir o nível do antecessor, pelo menos por enquanto. Não sabemos se é o argumento, o ambiente na ilha, ou as escolhas para personagens secundárias, mas a primeira hora de Revelations é bem mais arrepiante que a primeira hora desta sequela.

É curioso que Resident Evil continue a insistir numa mecânica cooperativa para a série, sobretudo porque parece não conseguir acertar com a fórmula certa. Neste caso específico, as personagens secundárias estão perto de inúteis. Se tudo o que Moira consegue fazer é apontar a lanterna e bater com uma barra de ferro, a misteriosa Natalia parece ainda mais inútil. Graças ao seu tamanho reduzido, Natalia consegue entrar em aberturas inacessíveis aos adultos - algo bastante inútil na secção que jogámos, mas que esperamos ver melhor utilizado no futuro. Natalia também consegue sentir a presença dos Afflicted, o que permite a Barry executar silenciosamente os inimigos.

Se estiverem a jogar a solo podem mudar de personagem com um simples toque num botão, embora existam poucos incentivos para trocar de personagem. Também podem jogar em modo cooperativo, mas não nos parece que o segundo jogador possa tirar grande proveito da experiência. A não ser que a situação mude drasticamente nos próximos episódios.

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Matt Walker, Gerente de Produção da Capcom, tem outra opinião e acha que o modo cooperativo pode agradar a vários jogadores:

"Um estilo que não tivesse focado em habilidades de combate [para as personagens secundárias] sempre foi a nossa intenção, de oferecer a estas personagens de apoio um tipo de jogabilidade complementar. Decidimos fazer isto porque estávamos a receber feedback de jogadores, que se queixavam que tudo o que faziam com outro parceiro era disparar, e que isso tirava o horror do jogo. Nós percebemos isso. Por outro lato, temos jogadores que jogam Resident Evil e temos outros que gostam da história, mas que: A) não são bons em videojogos. B) têm demasiado medo. Então pensámos em algo que satisfizesse todos os jogadores, que foi este sistema de parceiros. A Natalia e a Moira não são bem o tipo de pegar numa arma e começar aos tiros, mas podem fazer outras coisas."

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Retomando a história, Barry desloca-se até à misteriosa ilha para descobrir o que aconteceu à sua filha, encontrando Natalia pelo caminho. Claire, por seu lado, está em fuga com Moira, o que leva Barry a seguir o seu rasto, enquanto tentam descobrir o verdadeiro propósito desta base. Isto significa que alguns cenários são repetidos, já que Barry segue o trilho deixado por Claire e a sua filha. Também vão existir momentos cruzados entre as duas campanhas.

Se a Capcom trabalhar um pouco os puzzles do jogo e a interação entre as personagens, e em cima disso melhorar a atmosfera e o mistério da história, Resident Evil: Revelations 2 ainda pode ser algo especial. Mas o que vimos até agora não segue essa direção. Quanto ao conceito de histórias paralelas, é algo que sabemos que pode funcionar num videojogo, bem como a estrutura episódica. Esperemos que Resident Evil: Revelations 2 seja mais um exemplo positivo nesse sentido.

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